sábado, 10 de julho de 2010

Então, é isso a vida.

Hoje "vovô Severino" esteve aqui em casa, veio com seu motorista e enfermeira, não podia descer do carro, mas pediu que os meninos fossem lá fora para lhe dar um beijo e um abraço, veio comprovar com seus próprios olhos como os bisnetos cresceram; observou-os cuidadosamente, decifrou os três, um a um. Passou também no prédio de Crispim ainda em construção, para sentir mais um tiquinho de orgulho. Eu e Crispim não sabíamos que ele viria, sequer estávamos em casa na hora.
E eu fiquei profundamente emocionada com a visita deste lindo senhor com seus oitenta e tantos anos, cheio de inteligência e sensibilidade, inconformado por não poder estar trabalhando, acometido por uma fibrose pulmonar avançada que o impede de fazer pequenos esforços e que o torna dependente de um cilindro de oxigênio. Ele experimenta a tristeza e a impaciência, sente seu caminho estreitar-se, mas consegue ainda sorrir e se encantar com o horizonte que, no fundo, sabe que para sempre vai  poder vislumbrar.

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