terça-feira, 22 de maio de 2012

A palavra é prata, o silêncio é ouro.

Tinha duas coisas que me apavoravam quando eu era pequena: o escuro e o silêncio! Da escuridão total, eu ainda tenho medo, sinto como se não conseguisse respirar, ainda assim, nos momentos de enxaqueca até que ela é muito bem-vinda, dá um alívio enorme. Mas o silêncio, esse eu aprendi a amar. Eu sempre fui muito falante e, quando eu sentia que o assunto iria acabar, e o silêncio chegaria, aí é que eu falava mesmo. Detestava o silêncio das salas de aula, das salas de espera dos consultórios, dos elevadores, entre as pessoas que acabaram de se conhecer ou que não tem nada pra conversar. O silêncio me desconcertava, angustiava. Não ter nada para dizer era o fim. Hoje sinto exatamente o contrário. Busco o quanto posso o silêncio, aprendi que, assim, não preciso gritar para me escutar; que, assim, posso ouvir até a voz de Deus. Como me conforta e me traz paz o silêncio absoluto da capela de adoração! Ficar em silêncio com outra pessoa demonstra intimidade, cumplicidade e também respeito. Às vezes, dizemos mais quando nos calamos. 



"Barulho e mais barulho. Mais de qualquer outra coisa, tenho medo de ter me tornado surda, não poder ouvir o silêncio. Sem silêncio estou em apuros."  Isabel Allende

Nenhum comentário:

Postar um comentário