quinta-feira, 28 de maio de 2009

Post Triste

Hoje pela manhã recebi uma triste notícia, meu avô Dadá morreu. Queria ter alguma foto digital dele, mas infelizmente as poucas que tenho são antigas, para mostrar seus lindos olhos azuis - escondidos atrás de seus óculos de lentes muito grossas, é bem verdade - sua pele muita branca, já manchada de tão maltratada pelo sol e seu sorriso sincero quando nos encontrávamos. Só tenho boas recordações do meu avô ( e é tão bom sentir-se assim em relação a alguém): a raspa do tacho de queijo de manteiga, a fila dos netos com as canecas para pegar leite ordenhado na hora no curral, a ternura e mansidão da voz, o orgulho de nos ver crescidas a ponto de saber dirigir na capital. Estava com 87 anos e vários problemas de saúde, muitos diriam que já era de se esperar, mas nunca será simples assim.

"Cada dia que passa incorporo mais esta verdade, de
que eles não vivem senão em nós
e por isso vivem tão pouco;tão intervalado;tão débil.
Fora de nós é que talvez deixaram de viver, para o que
se chama tempo.
E essa eternidade negativa não nos desola.
Pouco e mal que eles vivam dentro de nós, é vida não
obstante.
E já não enfrentamos a morte, de sempre trazê-la
conosco."

Inevitavelmente, recorro a Drummond uma vez mais. Beijos, Guga

4 comentários:

  1. Poxa, Guga... que pena.

    Apesar de não ser simples assim, pelo menos você teve a oportunidade de vê-lo, apesar de ter sido numa circunstância não menos triste.

    Nessas horas, penso em Candice e Mariana, que estão longe, e no seu pai, que teve tantas perdas em tão pouco tempo.

    Pra você, Tio, deixo meu beijo e um abraço bem forte. Que Deus lhe conforte.

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  2. Guga, sinto muito por vc.
    Por mais que, como Drummond enha dito, alguém possa permanecer vivo dentro de você, isso não acaba com a angústia que é a de não se poder mais tocar na pessoa. Não é mais palpável, não existe matéria. Uma sensação estranha e muito dolorosa.
    Quando sonho com Aline, estou sempre pegando no corpo dela, um abraço forte, agarrando no braço, é sempre assim.
    Espero que as boas lembranças possam confortá-la quando a saudade apertar.
    Beijos imensos!
    Lella

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Guguinha, meu amor, nestes momentos tristes e difíceis, percebo mais ainda a forte presença de Deus em nossas vidas , há tempo você me cobrava uma visita ao seu vô Dadá. Parece que Deus em sua grandeza de alguma forma lhe antecipava esta imensa perda.Na nossa última visita, embora em um momento de tristeza pela morte de Carleusa, percebi um conforto no seu olhar por poder tê-lo visitado , nesta ocasião pude além de conhecer um pouco mais daquele homem cheio de humildade e altivez, confirmar o que minha querida sogra Maria Luzia me dissera sobre a semelhança de João (meu caçulinha) com seu Dadá , eles realmente se parecem muito.E assim vamos nós,que nunca morremos por completo apenas nos aproximamos mais de Deus e nos eternizamos nos corações daqueles que nos amam. E como seu Dadá dizia: "E algum dia,meu filho, o sol deixou de nascer?" Beijos, Crispim

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