domingo, 31 de maio de 2009

W.


Sexta à noite, eu e Gustavo fomos assistir a “W.”, de Oliver Stone. Muito me atraía essa junção de tema + diretor, primeiro, porque confesso não entender bem, até hoje, como Bush Filho conseguiu não só ser presidente, como ser reeleito em 2004. Além disso, Oliver Stone já tinha o histórico de produzir dois filmes sobre presidentes americanos (JFK e Nixon), todos dois muito bons no meu ponto de vista, assumindo que não tenho a menor pretensão de me colocar em um papel de crítica de cinema. Como expectadora, fiquei bem satisfeita com os dois.

“W.” me surpreendeu. Não em relação à qualidade da produção, mas, sim, sobre como foi tratado o tema. Esperando um filme político, vi-me diante de uma trama digna de um divã de psicanálise.

O sujeito que antes me parecia inescrupuloso, ambicioso ao extremo, capaz de fazer parte da trama para o ataque às torres gêmeas, agora, me aparece como um PANACA. Um homem cheio de conflitos com o pai, tentando, até o último minuto, até o último ato inconsequente, ganhar a admiração paterna.

Muito do filme se passa nas reuniões para se decidir se haverá ou não invasão do Iraque. Nelas, seu vice, Dick Cheney, destaca-se como o vilão da situação, em conflito com Colin Powell, ao usar informações de fontes pouco confiáveis sobre a presença de armas nucleares, biológicas, etc e tal, no Iraque como justificativa maior para declarar a guerra. Bush parece inocentemente acreditar em quase tudo, questionando muito pouco a veracidade dos fatos, interessado, claro, no petróleo, mas, também, em derrubar Saddam, coisa que seu pai não foi capaz de fazer (o conflito familiar, mais uma vez, em cena). Não existe maldade no que ele sente ou faz, existe imbecilidade.

Como o filme foi lançado nos EEUU pouco antes das eleições do ano passado, questionei-me sobre as intenções do diretor, declarado eleitor de Obama, mostrando um Bush quase coitadinho. Seria ele realmente eleitor de Obama? Seria Bush realmente só um babaca e nada mais?

Em um país onde as pessoas não votam por 10,00 reais para a cervejinha, o que cargas d’água os americanos viram naquele homem? Em que ponto se identificaram com ele? Isso não é uma crítica solta no ar, é realmente uma dúvida!

Beijos e tenham um bom começo de semana!

Mirella

Um comentário:

  1. Eu simplesmente adoro filmes biográficos,então,com certeza vou assistir esse depois.Não dá mesmo pra entender como Bush foi eleito, da segunda vez até que a gente tem uma explicação - o atentado de 11 de setembro fez os americanos ficarem desnorteados.Também estou com muita vontade de ver "Divã", todo mundo está dizendo que é ótimo!

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