quinta-feira, 30 de julho de 2009

Beleza

Viva a personalidade! Abaixo a padronização!

Nesse tempo em que vivemos, todos querem ser um Dorian Gray, personagem esteta do autor irlandês Oscar Wilde: possuir uma aparência encantadora e juventude eternas. A sociedade inteira está cada vez mais narcisista, vaidosa e pobre em bons valores.As pessoas estão sempre insatisfeitas consigo mesmas; recorrem a procedimentos estéticos seriados e brutais, tendo em vista alcançar o corpo belo, o padrão de beleza midiático. É a mais nova e promissora indústria, a de estética, que tenta transformar o homem em um boneco loiro e "sarado". Porém, acaba fabricando vários Michaels Jackson, feios, sem personalidade e palermas. É até aceitável sujeitar-se a alguma cirurgia. Às vezes, ajuda a melhorar a auto-estima, deixa você mais contente e confiante. O grave problema é o exagero: as pessoas se excedem, se arriscam e se prejudicam― quando não viram o "lindo", mas ridículo, estereótipo, transformam-se em monstros de faces vultuosas e assustadoras. As pessoas devem respeitar seu corpo e não maltratá-lo, devem preocupar-se mais em "ser" do que em "representar" e "ter". Esse fenômeno de culto à beleza, aliás, atinge todas as idades. São comuns adolescentes de 15 anos ou menos que já pedem aos pais seios turbinados. São comuns também as senhoras que viram verdadeiras toxinas botulínicas, com faces indiferentes, a ponto de não sabermos se riem, se se enervam, se choram; os homens não escapam, pois o que há de cinquentão com camisa coladinha e boné para trás não está no gibi. É lindo ser normal, é elegante ser conveniente com a idade. É de fundamental importância refletir diante do espelho e se analisar, para cair na real antes de cair no ridículo.O culto à beleza, definitivamente, merece ser alcunhado de "Doença da Beleza" ou "SPP: Síndrome da Personalidade Perdida". São necessárias a originalidade e a criatividade. Deve-se aceitar o tempo, respeitar a efemeridade do belo, envelhecer naturalmente e não tentar mudar o irremediável. Já dizia Gregório de Mattos, poeta barroco: "Nasce o Sol e não dura mais que um dia..."

Carlos Eduardo Gadelha...Dudu

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