terça-feira, 3 de abril de 2012

Santo Sudário

Com a proximidade da Semana Santa, sempre um assunto religioso vem à tona e, neste ano, as atenções se voltam novamente para o Santo Sudário. Este post foi baseado na reportagem da revista Veja desta semana, da qual foram transcritos vários trechos. A celeuma foi reinflamada pelo lançamento de um livro - O Sinal  - escrito por Thomas de Wesselow, historiador de arte, inglês agnóstico e obcecado pelo assunto; trata-se do "resultado do mais complexo e minucioso trabalho de análise sobre o Santo Sudário".

 Depois dos testes de carbono 14  feitos em 1988, concomitantemente, por três universidades conceituadas ( de Arizona, Zurique e Oxford) que comprovaram que as amostras de pano avaliadas datavam do ano 1260 a 1390, o sudário foi visto como uma fraude certificada em laboratório. Contudo, "o Santo Sudário acaba de ser reconduzido à condição beatífica de mistério não desvendado, de relíquia sacramentada pela fé que não pode ser desacreditada pela ciência". 

O contra-argumento que Wesselow apresenta para derrubar a certeza da falsificação pelo exame do carbono 14 é que as amostras de tecido analisadas foram extraídas de uma área do manto remendada na Idade Média pelas freiras clarissas, por meio de uma técnica francesa chamada costura invisível, depois que a igreja onde estava guardado o manto sofreu um incêndio. Esse é apenas um exemplo de muitas das  ponderações que o autor apresenta no livro, baseado em mais de 3000 pesquisas, medições, datações e comparações laboratoriais. 


"O trabalho de Wesselow, apontando para a veracidade do sudário, representa sua resurreição e um fascinante aceno ao Jesus histórico, avidamente procurado ao longo dos séculos, por quem nele crê ou não. "Se o sudário se revelar algum dia definitivamente verdadeiro, para os crentes não deverá fazer tanta diferença", admitiu Gian Maria Zaccone, diretor científico do Museu do Sudário, de Turim. "Entre os não-católicos, poderá resultar em novas conversões". Basta lembrar que muitos dos cientistas agnósticos que se debruçaram no tecido, e tendo descoberto sinais de comprovação do sudário, acabaram por se converter ao cristianismo."

Outro ponto importante do livro ( e que eu particularmente discordo) é que Wesselow aponta o sudário como a verdadeira causa do crescimento da doutrina cristã nos seus primórdios, logo depois da morte e ressurreição de Cristo. Ele diz que o lençol foi a verdadeira força que impulsionou os apóstolos a sacrificarem suas vidas pelo anúncio do Evangelho. Afirma ainda que, na cena relatada pela Bíblia do encontro entre o incrédulo Tomé (que precisava tocar nas chagas para acreditar na ressurreição do Senhor) e Cristo, Tomé não esteve diante do corpo de Jesus ressuscitado, como creem os cristãos, mas diante do sudário de Turim.

A mim, fica evidente que a Wesselow falta apenas um dom especial : a fé. O conhecimento do Espírito Santo, dos dons divinos, a certeza do Cristo ressuscitado, glorioso, que vive entre nós desde sempre.
 A fé que é baseada no convívio diário com esse Cristo, de ouvir sua Palavra, enfim, de experimentar, de uma forma irrefutável e que infelizmente não poderá nunca ser comprovada pela ciência, Sua presença, Sua força e Seu amor.

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