terça-feira, 7 de junho de 2011

Eu e o prato...Vida de Gordo

Passei hoje por uma situação delicada, tensa, mas sobrevivi. O fato é que, apesar de eu estar emagrecendo, ainda existem dois gordos loucos em mim, um dentro do meu cérebro e outro no meu estômago. Aconteceu lá por volta do meio-dia, na horinha em que minha barriga começa a fazer rói-rói, a ponto de dialogar com qualquer pessoa que esteja ao lado (barulhos constrangedores e bem sonoros ela emite). Estava eu tranquilo, esperando o elevador para ir pegar meus irmãos no colégio. Eu moro do 10º andar, o elevador é velho e lento e, frise-se, era hora do almoço. Chega o elevador, e eu ainda calmo, relax. Mas advinhem quem está no elevador?? Um baixinho, redondinho e cheirando a comida: o prato do porteiro do prédio que o pessoal do 12º sempre manda! AH...mas me deu taquicardia imediatamente, e a fera que habita na minha barriga inquietou-se como nunca: eu e o prato de comida, “face to face”, “tetê-à-tête”, aquele morrendo de fome, e este gritando: "Olhe como estou cheiroso, é purê, carne moída, arroz e feijão...me come, me come”. Desespero total, tensão, nervosismo. Não bastasse o elevador ser lento, ainda parou num andar, e ninguém entrou, delongando aquela tensão por mais alguns segundos. E a boca salivando, o suor resvalando na testa, o coração acelerado e a barriga já não fazia mais rói-róis, mas estrondosos “RONCS!”. Fiquei encarando o prato de cima, com olhos semi-cerrados, com ódio de quem o colocou ali! Então, eu não me aguentei: me baixei, levantei o papel alumínio que o envolvia, para ver bem o que era, e era de fato o arroz, feijão, purê e carne moída, meu prato preferido! Fechei os olhos e senti o aroma do prato. Suspirei profundamente, a cabeça até pendeu pra trás de desejo, pensando em furtar aquele prato do pobre porteiro, então tomei o prato pelas mãos! Foi o tempo de o elevador chegar no “P” e abrirem a porta avidamente. Era o porteiro (a propósito, um mago-de-ruim, que come feito um boi e não engorda – detesto esse tipo). Minha cara deve ter sido de enterro, de bunda, de uma tristeza sem igual. Suspirei mais uma vez e pronta, mas letargicamente, entreguei o prato nas mãos do futuro comensal: “Tirei do chão, pra não sujar o prato e ninguém pisar!”. Fui pegar meus irmãos e me contentei com o meu shake. Oh! Cruel vida de gordo! Amanhã eu deixo o prato no chão e piso!

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