sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Mal de mãe - parte II

Mães vacilantes

Quando eu ainda não tinha filhos (mal consigo me lembrar!), pensava como as mães podiam saber tudo o que seu rebento precisava, como elas podiam adivinhar e até mesmo antecipar suas necessidades e admirava profundamente a segurança e a determinação ao instruir e ditar regras. Hoje sei que todas as mães caminham na incerteza, seguimos tateando na escuridão, comemorando cada vitória de jogadas sempre indecisas. E toda essa hesitação tem um motivo: algo muito grande está em jogo, a coisa mais preciosa que já tivemos nas mãos e, assim, queremos acertar sempre, ganhar todas, como se diz.


Cada decisão que tomamos, todas as ordens que damos e as cobranças que fazemos lançam sobre nós a dúvida, criatura ardilosa que, por diversas vezes, faz com que voltemos atrás, expõe a nossa fraqueza. Os filhos, que são espertos de nascença, percebem logo nossa perplexidade, enxergam a enorme interrogação estampada na nossa cara e tiram proveito disso. Ah, como tiram!


Impor limites e educar, no sentido mais abrangente da palavra, é realmente muito difícil, tarefa penosa que exige de nós perseverança, comprometimento e pulso firme e, inevitavelmente, em algum momento, deixamo-nos ludibriar pelos rostinhos meigos e palavrinhas doces, às vezes, sem querer; outras vezes, por vontade própria. Afinal de contas, o amor não deixa muito espaço para teorias, doutrinas pedagógicas ou princípios racionais. Temos que dar ouvidos à única certeza absoluta que possuímos, a do amor incondicional, sem medida ou prescrição. No final, vai dar tudo certo. Somos mães, sabemos o que estamos fazendo! (Quase sempre.)


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