sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Saudando Guga/Crispim que vivem a Cidade Luz

Algumas Memórias


Este post de Guga foi uma espécie de ' gatilho ' proustiano que me fez lembrar passagens da primeira vez que estive em Paris , oportunidade em que seria realizado Congresso Internacional de Reumatologia , no Palais de Congrès , lá se vão quase 30 anos. Fui na entourage do importante mestre da reumatologia brasileira , Dr Israel Bonomo ,bon vivant ,amante do vinho e dos ' puros ' cubanos.Fiquei hospedado no 35, Rue Jean Mermoz (*) , Hotel Pavillon Montaigne , tendo a sorte de ter sido socorrido na conversação com um estudante chileno , exilado , que fazia ' bico ' na portaria deste duas estrelas bem localizado , numa transversal da Champs Elisees , imediações do Rond Point.Logo na noite seguinte o Dr Bonomo , que era super entrosado com a nata da nata da industria farmaceutica mundial , nos convidou a todos para um jantar no ' Closerie de Lilàs ', ambiente de Quartier Latin , reduto da intelectualidade e da boemia inteligente. A indústria Pfizer nos recebeu em grande estilo ( era o lançamento mundial do Feldene ).Inicialmente o serviço dos drinks com canapés , depois a entrada , em seguida o primeiro prato sequenciado pelo segundo prato ,a sobremesa , os digestivos ( conhaques ) , café e, por último , degustação de excelente puro cubano.Pense num jantar , mas não sòmente o jantar em si , o ambiente , o clima , naquele que foi o point preferido dos porres de Ernest Hemingway antes de ir morar definitivamente em Havana , onde passou praticamente a morar na Bodeguita del Medio , com porre de ' mojito ' todos os dias , mas isto é outra história.Afora o Congresso , naquela época a Reumatologia era especialidade incipiente ,a parte dita ' profana 'foi sequenciada por jantar no Pied de Couchon (excelente), Tour d'Argent e os cafés Le Procope e Aux Deux Magots.Certas coisas na vida são definitivas e necessárias.Ver Paris , sentir Paris é uma delas ; a outra é rever Paris , sempre que possível.




(*)Jean Mermoz também é nome de rua na cidade de Natal.Este cara foi quem fez a promeira travessia aérea do Atlantico.Saiu da França e foi bater em Natal.E o incrível é que , achando pouco , voltou. E o mais incrível ainda , não morreu.Hoje sempre que bate aquele medo numa viagem aérea , eu penso imediatamente em Jean Mermoz.Com ele não aconteceu nada que o avião era pràticamente uma carroça , avalie comigo neste avião enorme , todo turbinado , cheio de computador , que só falta falar, aí é que não acontecerá nada mesmo , este é o papo que eu tenho com os meus botões , evidentemente após ter rezado tudo que aprendi do ginásio de Patos até hoje e ter conferido se não esqueci do escapulário que anda comigo na carteira.

4 comentários:

  1. kkkk, adorei, o bom gosto é de família! Como toda patoense - não criada em Patos, cultivo o mesmo hábito de rezar muito em viagens de avião e carregar um crucifixo no pescoço.

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  2. Acho impressionante como o senhor tem a capacidade de retratar minunciosamente o clima de Paris. A respeito do avião, eu sou daqueles que acham que os aviões não caem por milagre e tb puxo o meu terço! Paris é tão fantástica, dr. Candeia, que resolvi substituir o remédio que passou para o meu bico de papagaio por um excelente vinho que eles servem por aqui, e não é que contrariando a medicina, está surtindo melhor efeito rsrs!! Abc, Crispim

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  3. Painho, adoro essas suas histórias. Até consigo lhe ver nesses momentos.
    Eu não divido com vc o medo do avião, mas divido a verdade necessária de ver, viver e rever Paris. Faz bem para a alma!!!!
    Bjosssss

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  4. Tio Candeia podia ter dado uma ajudinha a Woody Allen em Meia-Noite em Paris!!!

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