quarta-feira, 3 de junho de 2009

"Precisamos Falar sobre o Kevin"

Li este livro por indicação de Mariana, minha irmã, que é psicóloga, é um livro que prende sua atenção do início ao fim, com uma narrativa tão honesta que chega a ser cruel, áspera. Kevin é um garoto de 16 anos, que assassinou nove pessoas em uma chacina escolar, mas o livro não é apenas mais um relato de horror característico das escolas americanas; a autora, Lionel Shriver, desenvolve a história através de cartas escritas pela mãe de Kevin ao pai do menino repletas de reflexões sobre a maldade, mentiras, maternidade, vida em família, desvios de comportamento, problemas sociais e culturais contemporâneos, enfim "é um thriller psicanalítico onde não se indaga quem matou. Revela quem e o que morreu enquanto uma mãe moderna tente encontrar respostas para o tradicional onde foi que eu errei? Ao discutir a culpa na criação de um monstro, a narradora desnuda assombrada uma outra interdição atávica: poderíamos odiar nossos filhos?"
É um livro muito denso, por isso não recomendo a grávidas, a qualquer outra pessoa extremamente sensível ou que esteja em um momento de ternura maternal. Mas com certeza é um livro que vale a pena ser lido e refletido. Segue abaixo um trecho:

"(...) Toda vez que eu me forçava a sorrir, era muito claro que ele sabia que eu não estava com vontade de fazer isso, porque nunca me sorriu de volta. Ele ainda não tinha visto muitos sorrisos na vida, mas tinha visto o seu, e era suficiente pra reconhecer que, comparativamente, havia algo errado com o da mamãe. Ele se abria de uma forma falsa; evaporava com uma velocidade reveladora assim que eu me afastava do berço. Será que foi assim que Kevin arranjou o sorriso dele? No presídio, aquele sorriso de marionete, como se puxado por uma cordinha? (...)"

2 comentários:

  1. Guga, eu estava até empolgada para lhe pedir o livro emprestado, mas você já advertiu sobre a inapropriedade neste momento... Fica para depois, entao, ok ? É que, no ritmo que eu vinha, estou estranhando essas minhas férias sem nada para fazer...

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  2. Vivendo aqui agora posso relacionar e compreender o comportameto das familias (pais) norte-americanas na "obsessao" em proteger seus filhos(criancas e adolescentes).. os pais sao totalmente neuroticos e ansiosos... telefonam para perguntar com quantas pessoas o filho vai viajar, chegam ate mesmo a querer saber o nome das pessoas, idades, de onde sao!!! impressionante... e acompanham o filho ate a recepcao.. enfim... inseguranca total...
    Por falar em seguranca de filho.. vcs ja viram o filme "Taken".. eh muito bom!.. principalmente para quem gosta de acao!
    beijos

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